Nem no Rio, Mato Grosso ou Minas. O Paulista está suspenso, como queria o governador. Os clubes e a FPF não procurarão a justiça para jogar

Como o blog informou pela manhã, encurralada, a Federação Paulista de Futebol teve de ceder.

Com a perspectiva de que tenha de adiar também as duas próximas.

O presidente Reinaldo Carneiro Bastos não conseguiu viabilizar a realização dos oito jogos do Campeonato Paulista em outro estado.

O Ministério Público, com o apoio velado do governador João Doria, ‘recomendou’ a não realização de jogos em São Paulo, por conta do crescimente drástico da pandemia de covid-19.

Reinaldo buscou alternativas para levar os jogos a outros estados.

Onde ficaria mais barato, viável, foi impossível.

O governo do Rio de Janeiro não aceitou.

O de Minas Gerais acaba de suspender o próprio Campeonato Mineiro.

O do Espírito Santo fez o mesmo.

Os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul surgiram como possibilidades. 

Só que o custo de levar e hospedar 16 delegações, mais equipes de arbitragem para jogos sem público, se mostrou completamente inviável.

Os dirigentes dos clubes paulistas, em reunião nesta manhã com Reinaldo, avisaram que têm sérios problemas financeiros. Queriam manter os jogos. Só que se recusavam a gastar com viagens e hospedagem fora de São Paulo.

Reinaldo percebeu que os gastos seriam muito altos.

E teriam de ser bancados sozinhos pela FPF.

A Globo, dona do direito de transmissão, não iria ajudar com dinheiro.

Sem saída, Reinaldo disse que a rodada inteira seria suspensa.

Os clubes aceitaram.

Com a enorme chance das próximas duas rodadas, uma no meio da semana e outra no outro final de semana, também serem suspensas.

E o futebol voltar em São Paulo apenas depois do dia 30 de março, como impôs o Ministério Público.

Reinaldo foi convencido pelos dirigentes de clubes a não procurar uma briga jurídica.

Nada de tentar na Justiça a liberação dos jogos.

O São Paulo foi o clube que mais apoiou a Federação em uma futura briga jurídica. Palmeiras, Corinthians e Santos foram contrários. Na votação aberta, entre os clubes, o resultado final foi de nove a sete para não tentar a liberação dos jogos na justiça.

Corinthians, Palmeiras, Santos, Ferroviária, Ponte Preta, Santo André, Red Bull Bragantino e São Caetano votaram contra.

São Paulo, Guarani, Ituano, Inter de Limeira, São Bento, Mirassol e Novorizontino queriam a briga jurídica.

Ter o governador de São Paulo como inimigo, neste terrível pico da pandemia, é completamente desnecessário.

Reinaldo Carneiro Bastos sabe.

Foi derrotado.

Mas ele segue obcecado.

Quer que o Paulista siga.

Prometeu aos dirigentes buscar uma fórmula.

Mas ele mesmo sabe o quanto é difícil.

Mesmo assim, haverá nova reunião na próxima segunda-feira.

O Campeonato Paulista está suspenso.

Como queria Doria.

Como ato simbólico diante das medidas restritivas, o governador não via lógica em o futebol continuar.

Ganhou o confronto com a Federação Paulista….

Fonte: R7