Principal contratação do Alvinegro para a temporada, japonês tem carreira marcada por altos e baixos; L! fala com jornalistas de diferentes países sobre o desempenho do meia

O Botafogo aposta alto em Keisuke Honda. Da forte mobilização da torcida nas redes sociais às noites de negociações entre os dirigentes do Alvinegro e o estafe do jogador, a contratação gera um natural entusiasmo pelo tamanho do meio-campista. Por mais que não seja um atleta com passagem marcante em grandes centros do futebol europeu, é, como o próprio Alvinegro afirmou em suas redes sociais, o maior futebolista japonês de todos os tempos.

A carreira de Keisuke Honda, pelo começo promissor na Holanda, pode estar em compasso em queda pelas recentes “aventuras” em México e Austrália, mas o meio-campista não deixa de ser o único jogador japonês a fazer gols e dar assistências em três edições de Copas do Mundo diferentes. O LANCE! traça um panorama do meio-campista de 33 anos.

Clubes: fenômeno na Holanda e Rússia; fracasso na Itália
Ainda jovem, Honda foi demitido das categorias de base do Gamba Osaka-JAP por decisão técnica, mas ganhou chance no Nagoya Grampus-JAP, clube no qual profissionalizou e deu os primeiros passos. A superação, vale ressaltar, é um ponto forte na carreira do japonês – o meia nunca foi colocado em destaque quando novo, mas evoluiu e chegou a integrar as seleções inferiores do Japão.

O VVV-Venlo foi a primeira experiência na Europa. No futebol holandês, virou titular em pouco tempo, mas não evitou a queda da equipe, em 2008. No ano seguinte, porém, o japonês liderou a equipe e foi o melhor jogador no título da segunda divisão dos Países Baixos, ganhando o apelido de “Imperador”.

Logo, se transferiu para o CSKA Moscou-RUS. Rapidamente, se tornou um dos jogadores mais destacados do futebol europeu fora dos cinco grandes centros – Espanha, França, Itália, Inglaterra e Alemanha. A chance de ouro apareceu em 2014: o Milan.

Na Itália, porém, as coisas não caminharam como o esperado. Por mais que Honda tivesse esperado a chance de atuar em um clube de destaque durante toda a carreira, o meio-campista pouco rendeu na Terra da Bota. Ainda que os primeiros meses tivessem sido satisfatórios, o saldo foi negativo e o atleta saiu do Rubro-Negro sem deixar saudades.

Na seleção: título e passagem marcante
Se o desempenho em clubes pode levantar dúvidas, Honda sempre foi certeza de atuações decisivas representando a seleção. Convocado pela primeira vez em 2009, o meio-campista foi, rapidamente, de jovem promessa à realidade e foi titular na Copa do Mundo no ano seguinte, na África do Sul.

Em 2011, Honda liderou o Japão rumo ao quarto título da Copa da Ásia de sua história, sendo, inclusive, o melhor jogador da competição. Três anos depois, o meio-campista deixou marca no Mundial do Brasil contra a Costa do Marfim, mas não evitou a eliminação do Japão ainda na fase de grupos.

Keisuke Honda é o único jogador asiático a marcar em três Copas do Mundo diferentes (Foto: Anne-Christine Poujoulat/AFP)

Mesmo que estivesse atuando no Pachuca-MEX em 2018, Honda foi convocado por Akira Nishino para a Copa do Mundo da Rússia. Utilizado como opção recorrente no segundo tempo, o camisa 4 foi importante na classificação dos Samurais Azuis às oitavas de final, quando foram eliminados pela Bélgica.

As três eliminações em Copas, contudo, não tiram o brilho daquilo que Keisuke fez. Depois da derrota para a Bélgica, Honda anunciou que se aposentaria do futebol internacional – apesar de expressar, desde o ano passado, o desejo de participar dos Jogos Olímpicos. Pelos Samurais Azuis, ele é o nono jogador com mais partidas disputadas (98) e o quarto maior artilheiro (37).

Fonte: Lance