Problema ocorre com a vacina Coronavac, desenvolvida pelo Butantan

Várias cidades pelo País têm relatado uma redução na quantidade de vacinas nos frascos dos imunizantes contra a Covid-19 enviados pelo Instituto Butantan. No Espírito Santo, alguns municípios também perceberam essa diminuição, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Ao Tribuna Online, a Sesa confirmou que cidades capixabas observaram uma quantidade menor de líquido nos últimos frascos da vacina Coronavac, do Laboratório Butantan, quando houve mudança no volume do frasco, passando de 6,2ml para 5,7ml, após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em uma reunião, na última sexta-feira (9), a equipe do Programa Estadual de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis e a Vigilância Sanitária do Espírito Santo orientaram os municípios que relataram menos quantidade de líquido nos frascos a realizarem uma Notificação Queixa Técnica no site Notivisa, da Anvisa.

Após receber essas denúncias e também de vários estados, o Butantan afirmou, nesta terça-feira (13), que vai alterar a bula da vacina, reforçando as informações sobre a aplicação da vacina CoronaVac, e adicionar, inclusive, um QRCode com um vídeo demonstrativo do procedimento.

O Butantan alega que foi constatada que a prática incorreta na extração da vacina das ampolas resulta na perda de doses em alguns postos de aplicação.

A Sesa rebateu essa informação e afirmou que as seringas disponíveis no mercado brasileiro acabam causando uma perda técnica e que, por esse motivo, é necessário um volume adicional no frasco. “Cada frasco de 10 doses, além dos 5ml, deveria ter em torno de 1ml para evitar essa situação devido a variedade de seringas no mercado, ou seja, em torno de 6ml”, diz a Secretaria da Saúde.

Butantan diz que há imunizante suficiente em cada frasco

Segundo o Butantan, cada frasco da Coronavac tem 10 doses de 0,5 mililitro, totalizando 5 ml. Porém, é adicionado um conteúdo extra de aproximadamente 0,7 ml, totalizando 5,7 ml, o que possibilita uma margem para aplicação das 10 doses.

Em nota, o instituto ainda afirmou que seringas com volume maior do que o necessário podem dificultar a visualização da quantidade de vacina por não terem todas as gradações necessárias. De acordo com a instituição, é necessário também que os profissionais estejam atentos à posição correta da seringa na ampola.

Segundo a Secretaria da Saúde do Espírito Santo, modificar a bula não vai resolver o problema dos municípios. 

“De nada adiantará o Instituto Butantan colocar em bula que deve ser utilizada seringa de alta performance, pois não haverá disponibilidade no mercado do quantitativo necessário. A coordenação ressalta que os profissionais que atuam na vacinação foram capacitados e, antes da mudança, eram os mesmos técnicos preparando as vacinas sem nenhum problema relatado”, explicou a secretaria.

Goiânia, em Goiás, também é uma das cidades que rebateram a resposta do Instituto Butantan. Ao G1, a prefeitura do município informou que já foram perdidas 4.016 doses, por conta da falta de vacina nos frascos. 

“Está tudo documentado, justamente informado no sistema às autoridades competentes”, afirmou o secretário municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso.

A Prefeitura de Salvador, segundo o G1, informou que recebeu cerca de 21.400 frascos da vacina Coronavac com rendimento inferior ao descrito no rótulo. Foram identificados frascos com rendimento de até seis doses. O caso também foi denunciado ao Ministério da Saúde por meio do Notivisa.

Fonte: Tribuna online