Sob a batuta do astro francês, equipe demonstra evolução para propor jogo antes das semifinais e da Copa do Brasil

Dimitri Payet deu um verdadeiro show na goleada do Vasco sobre a Portuguesa, em São Januário, neste domingo. O francês participou dos quatro gols da vitória que classificou o time para as semifinais do Cariocão e mostrou porque faz parte da primeira prateleira de craques no país.

É claro que o camisa 10 do Vasco foi protagonista e roubou a atenção, como tem sido tônica na temporada de 2024 (veja os melhores lances de Payet no vídeo acima). No entanto, a evolução da equipe – principalmente na construção das jogadas – merece ser destacada.

A começar pela escalação inicial. Com Sforza e Adson titulares, o Vasco foi a campo com uma formação que já gerava expectativa na torcida. Pelos valores gastos, a tendência é que ambos sejam titulares ao longo do ano.

Assim, Ramón Díaz adaptou o 3-5-2 para um 3-4-2-1, com Payet e Adson como meias abertos pelos lados, e Sforza e Galdames como meias centrais. A escalação juntou os jogadores de mais refino técnico juntos no meio de campo.

– É difícil alguém não se entender com um craque desse, fica mais fácil – disse Adson sobre Payet, após a partida.

O jogo

A Portuguesa, sétima colocada da competição, só poderia pular um lugar na tabela final, mas o jogo valia muito para o VascoCom a vitória do Botafogo sobre o Fluminense, nenhum outro resultado, senão os três pontos, interessava.

No entanto, o que poderia ser uma pressão, converteu-se em um incentivo ainda maior. De volta a São Januário após um mês, o Vasco presenteou os torcedores que encheram o estádio logo aos dois minutos de jogo, com gol de Payet. Paulo Henrique deu belo lançamento em profundidade para Vegetti, que deixou o francês livre para abrir o placar.

Payet e Vegetti comemoram gol em Vasco x Portuguesa — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

Payet e Vegetti comemoram gol em Vasco x Portuguesa — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

Com o gol, a Portuguesa veio para cima do Vasco, que entrou em um jogo de trocação com o adversário. Houve momentos no início do jogo em que as equipes se alternaram nos golpes. Faltava um jogo de mais controle ao Vasco, e isso veio após a parada técnica.

O time de Ramón Díaz voltou melhor e mais consciente da pausa aos 25 minutos. Com Vegetti, Adson, Payet e Galdames próximos, com liberdade pelo meio, e muito apoio dos alas Paulo Henrique e Piton, o Vasco envolveu o adversário.

O segundo gol nasce aos 30 minutos. Sforza dá o combate, Adson rouba a bola, tabela com Piton, deixa com Payet. O francês tira o defensor da Portuguesa da jogada e cruza para Galdames ajeitar para Adson – quem começou a jogada – finalizar com um belo gol.

No momento do cruzamento de Payet, cinco jogadores do Vasco estavam na área. A imagem abaixo mostra como a equipe estava mais compacta e próxima no setor de ataque.

Outra jogada evidenciou o porquê desta formação parecer ser a ideal do Vasco. Com Sforza de camisa 5, a equipe ganha mais qualidade na saída de bola, dinâmica e objetividade – com passes para frente. A triangulação com Piton e Vegetti, no fim do primeiro tempo, mostra isso.

Gol de Adson, o segundo do Vasco, contou com cinco jogadores dentro da área — Foto: Reprodução

Gol de Adson, o segundo do Vasco, contou com cinco jogadores dentro da área — Foto: Reprodução

Segundo tempo e show de Payet

Se a atuação do francês já era ótima no primeiro tempo, a etapa final veio para dar o brilhantismo ao jogo de Payet. Primeiro, o francês deixou Vegetti, que fez grande atuação, na cara do gol. Muito participativo na criação das jogadas, o argentino marcou o terceiro do Vasco na partida.

Depois, o “Pirata” deu lugar a David, que mais uma vez mostrou que será útil em 2024. O atacante – que já havia entrado e marcado contra o Marcílio Dias – entrou bem e marcou o quarto do Vasco, com uma grande jogada individual de Payet.

Payet em Vasco x Portuguesa — Foto: Leandro Amorim/Vasco

Payet em Vasco x Portuguesa — Foto: Leandro Amorim/Vasco

O Vasco se classificou com uma goleada, fez o dever de casa contra uma equipe mais fraca e mostrou que tem repertório.

Alguns pontos ainda são dúvidas que serão observados nos próximos jogos. O espaço na frente da área defensiva e a administração do jogo foram pontos que Ramón consertou após a parada técnica no primeiro tempo, mas são problemas que já apareceram em outros jogos do Vasco. Cocão, por exemplo, entrou bem na vaga de Léo e povoou o setor do meio de campo – em um 4-3-3 -, que pode aparecer mais vezes na temporada.

Pela frente, o Vasco terá o Água Santa, pela segunda fase da Copa do Brasil, e o Nova Iguaçu, nas semifinais do Carioca. Dois confrontos muito importantes contra times de menores investimentos, nos quais a equipe de Ramón Díaz e Emiliano precisa confirmar o seu favoritismo. Futebol, para isso, a equipe tem mostrado.

Fonte: GE