Técnico interino Fábio Matias escala reservas, que vencem, convencem e dão alternativas

A vitória do Botafogo sobre o Fluminense por 4 a 2 no Maracanã, gols de Marlon Freitas (2), Raí e Emerson Urso, vai muito além do que o primeiro triunfo em clássico na temporada. Se em termos de resultado tem pouco impacto, em termos anímicos e táticos, ela é muito importante.

Ainda que tenha terminado a Taça Guanabara na quinta colocação, fora da zona de classificação para as semifinais, o Alvinegro deu uma resposta ao torcedor mais desconfiado mesmo atuando com os reservas.

Fábio Matias, auxiliar técnico contratado em janeiro e que exerce o cargo de treinador de forma interina desde a saída de Tiago Nunes, optou por um time jovem com peças da base e jogadores que vinham tendo pouca minutagem.

Mas quem esperava um Botafogo mais passivo, esperando o rival para tentar contra-atacar, se surpreendeu. A equipe começou subindo a pressão e dificultando a saída de bola do tricolor, que também poupou os principais jogadores e tinha menos entrosamento nesses toques curtos

O trio de volantes no meio formado pro Gregore, Marlon Freitas e Kauê foi o grande protagonista da tarde. Os três dominaram setor central, e impediram qualquer construção do Flu. Quando recuperavam a bola, muitas vezes já no ataque, usavam a velocidade de Hernandez, Raí e Janderson na frente.

Se o volume de chances do Glorioso não foi tão grande na primeira etapa, a efetividade foi de quase 100%. Marlon Freitas abriu o placar aos dois minutos após cruzamento de Raí. Ainda antes da metade da primeira etapa, o próprio Raí ampliou pegando rebote de um corte de Antônio Carlos na entrada da área.

Se a pressão alta e a marcação no meio funcionavam, o time reserva do Botafogo, naturalmente, tinha dificuldade em coordenar a linha de impedimento. Jogando com os zagueiros mais avançados, os alvinegros proporcionaram muitas chances ao Fluminense nas bolas longas.

Em uma delas, Lelê se aproveitou de falha de Lucas Halter e Gatito Fernandez e tocou para dentro do gol para diminuir a diferença. A partir daquele momento, o Alvinegro optou por mudar o posicionamento da linha para minimizar os riscos.

– A ideia era alternar pressão. Começamos lá em cima para tentar aproveitar o erro do adversário. O Fluminense teve chances e o jogo começou a ficar mais equilibrado. A gente teve um momento que sofreu, o que é normal, e tínhamos estratégia para esse sofrimento. De recuperar a bola e acelerar – explicou Fábio Matias após a partida.

O Fluminense controlava a posse, mas pouco ameaçava o gol defendido por Gatito Fernandez. Até que Damian Suárez cometeu pênalti infantil sobre John Kennedy, minutos depois do árbitro não marcar lance semelhante de Marcelo em Emerson Urso.

O empate consolidado por JK não durou muito, justamente por conta da pressão alta, que foi solução no primeiro tempo. Kauê conseguiu roubar a bola de André perto da área, invadiu, sofreu o pênalti e ainda forçou o cartão vermelho.

Marlon Freitas cobrou para recolocar o time à frente. Em superioridade numérica, o Botafogo se fechou e esperou para aproveitar as brechas que apareceram. Foi assim que Emerson Urso completou o cruzamento de cabeça e deu números finais à partida.

A três dias de começar a decidir uma vaga na fase de grupos da Libertadores contra o Bragantino, a vitória no clássico dá confiança para os jogadores e também para a comissão técnica de Fábio Matias.

Dá também novas alternativas para o resto da temporada, como o jovem Raí, que só tinha jogado 14 minutos no ano, como o volante Kauê, acumulando boas partidas no Cariocão, e também Emerson Urso, autor de um gol.

Quarta-feira, às 21h30, no Estádio Nilton Santos o Botafogo recebe o Bragantino no jogo de ida da terceira fase da Conmebol Libertadores. O Estadual é parte do passado. É hora de decidir o futuro.

Fonte: GE