Campello teve duas reuniões com o elenco nesta semana e, nesta sexta, pediu que os atletas voltassem a dar entrevistas para ajudar a imagem do treinador
O Vasco
vive um dos momentos mais conturbados dos últimos anos. Com salários
atrasados, protestos de jogadores, pressão para cima de Abel Braga e
instabilidade política, o clube se vê na necessidade de encontrar
maneiras de amenizar o clima. Na segunda reunião do presidente Alexandre
Campello com o elenco nesta semana, o mandatário pediu que o grupo
voltasse a conceder entrevistas para a imprensa. Um dos motivos
apresentados foi que isso poderia ajudar a proteger Abel.
Os
jogadores estão em silêncio há cerca de três semanas por conta dos
atrasos salariais. Apesar de o elenco ter recebido uma parte do salário
na última quarta-feira, os atletas aguardam os funcionários serem pagos
também para retornar à rotina de entrevistas. Por isso, o pedido de
Campello foi negado em um primeiro momento.
A ideia de ajudar a
dar mais segurança a Abel passa pela pressão cada vez maior em cima do
trabalho dele. Após a derrota por 1 a 0 para o Goiás, o treinador
cogitou pedir demissão do comando do Vasco, mas deixou a decisão para o
dia seguinte por um entendimento geral, com comissão, diretoria e
jogadores, de não agir de cabeça quente. Nesta sexta, o veterano
conversou com Campello e ficou entendido que o trabalho teria
prosseguimento. Entretanto, o cenário é instável e pode mudar a qualquer
momento.
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A reunião desta sexta também teve como objetivo uma certa cobrança da diretoria com o elenco. Como o próprio diretor executivo de futebol, André Mazzuco, deixou claro, não é só fora das quatro linhas que estão os problemas. Dentro delas, o time ainda não conseguiu render o que era esperado. Abel admitiu que não houve evolução desde o início do trabalho em janeiro. Pela frente, o Cruz-Maltino terá um clássico contra o Fluminense e o jogo de volta com o Goiás.
– A conversa sempre se baseia em princípios dentro e fora de campo. Futebol não é só os 90 minutos, tem um ambiente de trabalho, atletas que às vezes estão passando por um momento pessoal e precisamos estar alertas. A conversa é baseada no que podemos melhorar e no que enxergamos de dificuldade. Há uma cobrança mútua, perdemos um jogo importante em casa, teremos que buscar a recuperação porque é uma competição que nos interessa muito. Competitivamente e financeiramente. O clube busca recursos para equalizar. Temos reuniões semanais para tentar resolver – disse Mazzuco.
Na terça-feira, Alexandre Campello também conversou com as lideranças do elenco para tentar amenizar a situação e dar um panorama dos pagamentos. Atualmente, o Vasco tem uma dívida com os jogadores referente a janeiro e a segunda parcela do 13º. Apesar de já ter passado o quinto dia útil de março, fevereiro, por acordo interno, vence apenas no próximo dia 20. Os direitos de imagem não estão sendo pagos desde setembro de 2019, mas apenas uma parte do grupo recebe esse valor. Com os funcionários, para quem recebe acima de R$ 1.800, falta receber dezembro, férias, 13º e janeiro. Para os que ganham abaixo desse valor, férias, 13º e janeiro.
Fonte: Lance