A Anvisa iria desviar as vacinas oferecidas pela Conmebol. As daria ao SUS. O jeitinho brasileiro foi se vacinar fora do país. O Atlético Goianiense furou a fila ontem
O jeitinho brasileiro da maneira mais constrangedora.
Vergonhosa.
A Anvisa deixou claro.
As cinco mil doses que a bilionária Conmebol reservou para as equipes brasileiras que disputam a Libertadores e a Copa Sul-Americana seriam confiscadas, se entrassem no país.
E doadas para o Sistema Único de Saúde distribuir.
Não entraram.
E a saída foi mais óbvia possível.
Alguns clubes decidiram.
Vão fazer seus atletas tomarem a vacina fora do Brasil.
E foi o que aconteceu ontem com toda a delegação do Atlético Goianiense. Após a vitória contra o Libertad, pela Copa Sul-Americana, as vacinas foram aplicadas. Em Assunção, no Paraguai.
A fila foi furada sem o menor drama de consciência.
“Eu não quero fazer política com as coisas e estou agradecido por ter condição de vacinar. Se nós não formos vacinar, ela [a vacina] vai ficar aqui no Paraguai […] Isso é opinião de cada um, a minha é essa e eu encaro de frente”, disse o presidente do Atlético Goianiense, Adson Batista.
O futebol da América do Sul dá uma prova vergonhosa de egoísmo.
Atletas, muito bem alimentados, cuidados diariamente por médicos, fisiologistas, passam à frente de milhões e milhões de idosos, que esperam ansiosos as vacinas que estão atrasadas em todo continente sul-americano.
É constrangedor.
Não para alguns.
A CBF estuda fazer o mesmo com a seleção.
Vacinar seus atletas em jogos fora do país.
Esse é o ‘jeitinho’ brasileiro.
Revoltante…
Fonte: R7