O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou hoje a Rede Globo após editorial de ontem do “Jornal Nacional”, no dia em que o Brasil passou da marca de 100 mil mortes por coronavírus. O telejornal culpou Bolsonaro por partes dos óbitos e relembrou algumas declarações dele desde o início da pandemia, como o “e daí?” e “não sou coveiro”. No Twitter, mesmo lamentando as mortes e criticando o isolamento social novamente, o presidente afirmou, sem citar nomes, que a rede de televisão “só espalhou o pânico na população e a discórdia entre os Poderes”. Além disso, afirmou que a Globo “desdenhou, debochou e desestimulou” o uso da hidroxicloroquina — que não tem comprovação científica, mas que segue sendo defendida por ele.

Segundo o presidente, mesmo que nenhum estudo indique sua eficácia, o medicamento “salvou a minha vida e, como relatos, a de milhares de brasileiros”. Bolsonaro escreveu também no Twitter que a “desinformação mata mais do que o vírus” e mandou recado: “O tempo e a ciência nos mostrarão que o uso político da covid por essa TV trouxe-nos mortes que poderiam ter sido evitadas.”

Por fim, o chefe do Executivo afirmou que a Globo “festejou” a marca de 100 mil mortes — de forma “covarde e desrespeitosa” — como uma final de Copa do Mundo e disse que a emissora está com saudades dos governantes que a colocava “como prioridade ao fazer o Orçamento da União, mesmo sugando recursos da saúde e educação”.

Bolsonaro lamenta mortes Na thread da rede social, presidente lamentou também cada morte, “seja qual for a sua causa”, e apontou o isolamento social como possível causa de outras mortes no País, na contramão do que dizem médicos, cientistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Lamentamos cada morte, seja qual for a sua causa, como a dos 3 bravos policiais militares executados em São Paulo”, afirmou Bolsonaro.O presidente da República fez referência ao caso de um sargento e dois soldados da Polícia Militar mortos durante uma troca de tiros na região do Butantã, na zona oeste de São Paulo, na manhã de ontem (8). Já para justificar o argumento contra o isolamento, Bolsona.