Ademir Lucio cumpria pena na unidade e estava preso desde novembro de 2017 pelo artigo 214 do Código Penal

A morte de Ademir Lucio Ferreira de Araújo, acusado de assassinar a menina Thayná Andressa de Jesus Prado em outubro de 2017, na época com 12 anos, aconteceu na noite do último sábado (19), na Penitenciária Estadual de Vila Velha 5. O detento, de 28 anos, que confessou ter cometido o crime, disse, em depoimento, que foi assediado na cela.

De acordo com a Polícia Civil, em depoimento, o conduzido, companheiro de cela, afirmou que teria sido assediado por Ademir. No entanto, segundo ele, ao não aceitar manter relações sexuais, teria sofrido ameaças pessoais e a familiares. O suspeito alegou que, após a ameaça, reagiu, agredindo o outro interno com um golpe conhecido como mata-leão, que o levou à morte.

O detento foi conduzido ao plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde assumiu a autoria do crime e foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado. Ele foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana.

Ademir Lucio cumpria pena na unidade e estava preso desde novembro de 2017 pelo artigo 214 do Código Penal. Ele possui outros processos por estupro de vulnerável, homicídio qualificado, roubo e estelionato. O corpo foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.

O caso

A menina desapareceu após ir até um supermercado no dia 17 de outubro de 2017. No dia 31 do mesmo mês, a polícia divulgou a foto do suspeito de ter sequestrado a jovem, identificado como Ademir Lúcio Ferreira Araújo. No mesmo dia, também foram divulgadas as imagens de videomonitoramento que registraram o momento em que a adolescente entrou em um carro.

No dia 7 de novembro, a polícia informou que o carro usado no dia do desaparecimento de Thayná havia sido apreendido. De acordo com a Polícia Civil, o veículo era utilizado por Ademir. O carro foi localizado em Guarapari, com um vendedor de queijos, que disse tê-lo comprado por R$ 5 mil em Cobilândia, próximo à feira do bairro, em Vila Velha.

No dia 10 de novembro a ossada da adolescente foi encontrada nas proximidades de uma lagoa, localizada na região conhecida como Parque Industrial, em Viana. O delegado José Lopes, responsável pela investigação do crime, disse, na época, que era provável que o corpo tivesse sido queimado, pois houve registro de fogo na região.

O acusado de sequestrar a estudante foi preso na noite do dia 12 de novembro de 2017. Ademir foi encontrado sozinho em uma praça pública, localizada no Centro de Porto Alegre. Após a prisão, a polícia ainda gravou um vídeo com a versão dele sobre o caso. No vídeo, o suspeito disse que, no dia do crime, voltava do bairro Universal, em Viana, quando viu a jovem na rua. Segundo ele, a menina o reconheceu e ele a convidou “para dar uma volta”. A mãe, no entanto, garantiu que essa versão era falsa. Clemilda afirmou que, ao contrário do que ele declarou na gravação, nem ela nem a menina o conheciam.

Fonte: Folha Vitória