Investigações começaram em 2021, com a prisão de um dos principais suspeitos. Esquema era “sofisticado”, segundo a polícia, e também envolvia a facção criminosa Primeiro Comando de Vitória.
Um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas no Espírito Santo foi revelado pela polícia nesta terça-feira (20). Entre os envolvidos estão um ex-coronel da Polícia Militar, um advogado e empresários capixabas.
As investigações começaram em 2021, quando Thiago Candido Viana, conhecido como Baé, foi preso. Segundo a Polícia Civil, ele era responsável por comprar drogas do Paraguai e fornecer para o Primeiro Comando de Vitória (PCV), uma facção criminosa com forte atuação no estado.
“Ele foi preso durante uma operação e a gente entendeu que ele tinha potencial de fazermos uma investigação maior. Nós sabíamos que era um tráfico diferente do que lidávamos. Descobrimos porque ele tinha uma movimentação financeira incompatível com os seus rendimentos”, explicou o delegado Romualdo Gianordoli Neto.
Na última quarta-feira (14), durante a operação batizada de “Baest”, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em Cariacica, Vila Velha, Serra, Guarapari e outros estados, como Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e bens dos criminosos, que somam mais de R$ 40 milhões.
Ainda de acordo com a polícia, o esquema da quadrilha é “sofisticado”. O grupo utilizava contas de laranjas para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. A ilegalidade do dinheiro era disfarçada com a compra de imóveis e carros de luxo.
“São as pessoas que fazem o tráfico acontecer, o giro do dinheiro. Você vê que não são pessoas que normalmente são presas por tráfico de drogas. Pessoas que moram em regiões nobres, com mansões e carros de luxo“, afirmou o delegado Alan de Andrade.
Ao todo, 19 pessoas estão sendo investigadas. Entre eles, está um coronel da reserva da Polícia Militar e a esposa, que não tiveram os nomes divulgados. “Um dos investigados é um militar da reserva, um coronel. Ele fazia essa lavagem de dinheiro. Ele fazia o dinheiro girar para voltar de forma legal, por meio de compra de imóveis”, completou o delegado.
Os nomes dos envolvidos não foram revelados porque, segundo a polícia, a investigação ainda continua.
Fonte: G1