Golpes financeiros seguem em alta no Brasil. Só em 2024, mais de 36% da população foi vítima de algum tipo de fraude, com perdas que ultrapassam R$ 10 bilhões, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No Espírito Santo, entre junho de 2023 e junho de 2024, cerca de 26% dos capixabas relataram ter perdido dinheiro em crimes cibernéticos, como clonagem de cartões e invasão de contas bancárias.

O dado coloca o Estado na quinta posição entre os que mais registraram esse tipo de ocorrência no país, de acordo com levantamento do DataSenado. Em um cenário cada vez mais digital, identificar os golpes mais comuns é fundamental para reduzir riscos e evitar prejuízos.

Segundo Danilo Andreão Júnior, assessor de Controles Internos da Sicredi Serrana, os golpistas exploram brechas no comportamento dos usuários para aplicar fraudes virtuais de diferentes tipos. Entre os quatro mais recorrentes estão o golpe do WhatsApp, o da falsa venda, o golpe da falsa central de atendimento e o Phishing. Embora cada um tenha uma abordagem diferente, todos têm o mesmo objetivo: enganar para tirar o máximo de dinheiro das vítimas.

No golpe do WhatsApp, os criminosos se passam por representantes de instituições financeiras e enviam mensagens solicitando o código de verificação do aplicativo. Uma vez fornecido, os golpistas têm acesso à conta da vítima e passam a agir em nome dela.

De acordo com a Febraban, 153 mil pessoas caíram nesse tipo de golpe apenas no ano passado. “Para reduzir os riscos, uma dica é habilitar no aplicativo do banco a ‘verificação em duas etapas’. Assim, sempre que um novo dispositivo tentar acessar a sua conta, será solicitada uma senha”, explica Danilo.

O segundo golpe mais comum é o da falsa venda, que afetou 150 mil pessoas somente em 2024. Nesse caso, perfis falsos se passam por lojas conhecidas nas redes sociais ou em sites falsificados, oferecendo produtos com preços muito abaixo do mercado, geralmente acompanhados de brindes ou “ofertas imperdíveis”. A recomendação é sempre verificar se o site é oficial e desconfiar de promoções exageradas.

Já no golpe da falsa central de atendimento, o fraudador entra em contato com a vítima se passando por funcionário de um banco ou empresa, e afirma que há uma irregularidade na conta. Com isso, tenta obter dados sigilosos, como senhas e chaves de segurança. “A Sicredi Serrana reforça que jamais entra em contato pedindo esse tipo de informação. Em caso de dúvida ou ligação suspeita, a orientação é buscar os canais oficiais da cooperativa”, ressalta Danilo.

O quarto golpe é o phishing, que atingiu 33 mil pessoas no ano passado. Ele ocorre por meio de links enviados por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagem, que direcionam o usuário a páginas falsas. Nessas páginas, o internauta é induzido a informar dados pessoais, bancários ou até mesmo efetuar pagamentos.

“É importante ter atenção aos links antes de clicar e adotar cuidados simples no dia a dia. Estar bem informado, desconfiar de contatos inesperados e seguir boas práticas de segurança digital ajudam a reduzir os riscos e proteger seus dados”, conclui Danilo Júnior.

Fonte: Sicredi