O PM alegou à mãe da garota que ela havia roubado dinheiro dele. Suspeito já havia sido preso por tentativas de homicídio e porte ilegal de arma

Um policial militar da reserva, de 57 anos, foi preso suspeito de estuprar uma adolescente de 12 anos em Marataízes, litoral Sul do Espírito Santo, na tarde desta terça-feira (4).

O crime foi descoberto após a vítima voltar da escola vestindo uma roupa diferente da que havia ido para o colégio. A mãe perguntou quem teria dado as roupas a ela, que explicou ter recebido de presente do policial.

A mãe disse que devolveria a roupa, momento em que a menor revelou ter sido abusada sexualmente pelo suspeito.

“Quando minha filha chegou em casa com a roupa nova, ela disse que foi um rapaz que deu a ela, mas não falou quem era. Eu disse que ia pegar a roupa e devolver e ela me disse: ‘mamãe, ele me estuprou’”, disse a mãe da menor, que não quis se identificar.

A mãe da vítima e policial da reserva se conhecem há muitos anos porque trabalharam juntos em uma padaria. Ela no balcão e ele como segurança do estabelecimento.

A mulher confrontou o suspeito, que negou os crimes e alegou que a menor havia roubado dinheiro dele e estaria tentando incriminá-lo.

“Ele ainda tentou chamar minha filha de ladra, dizendo que ela tinha roubado dinheiro dele e comprado a roupa”, disse a mulher.

A polícia foi acionada e foi até a casa do PM aposentado. No local foram encontradas uma arma de brinquedo, além de uma pistola calibre 32 municiada e com a numeração raspada. Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma e estupro de vulnerável.

A mãe da adolescente afirmou que acredita que o suspeito tenha feito outras vítimas na cidade.

“Ele nunca mais vai fazer isso com a filha de ninguém. Ele está na cadeia e é lá que vai ficar, se depender de mim. Ele já deve ter feito isso com outras meninas e as mães não sabem. Isso serve de alerta para nós, que somos mães, que a gente não deixe a filha na esquina, não deixe a filha sair sozinha”, disse.

Ainda segundo ela, o caso deixou a menor e a família totalmente traumatizadas. A adolescente está com vergonha, inclusive, de sair de casa.

“Nunca pensei em passar por isso. Levantar a cabeça e andar de cabeça erguida vai ser difícil, sendo que todo mundo sabe. Eu estou arrasada, preferia ter tomado um tapa na cara do que passar por isso”, afirmou a mulher.

Suspeito disse que menina se ofereceu para dar faxina

No momento da prisão, o policial da reserva alegou que a menor tentou incriminá-lo após uma discussão. Ele afirmou que a menina teria se oferecido para dar faxina na casa dele por R$ 30.

Ele então teria entregado um cartão para que a menina comprasse uma roupa, mas ela acabou gastando além do combinado, conforme contou o delegado Thiago Viana.

“Fomos com o Serviço Reservado da PM e chegamos à casa dele. Quando ele viu que era polícia, abriu a porta, porque a casa estava toda trancada, e reagiu com surpresa. Ele alegou que a menina passou na casa dele e iria fazer uma limpeza. Ele teria entregado o cartão para ela comprar uma roupa, só que a menina gastou mais do que o combinado e teria gastado R$ 300. Ele alega que eles teriam discutido e por conta disso ela teria feito a denúncia”, relatou.

Além dos crimes pelos quais foi autuado, o policial da reserva já tinha passagem por duas tentativas de homicídio e porte ilegal de arma.

Fonte: Folha Vitória