Investigação revela esquema criminoso no Espírito Santo e Rio de Janeiro, com papagaios-chauá e outras espécies como principais alvos

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou sete pessoas no âmbito da Operação Aveas Corpus, da Polícia Federal (PF), que revelou um esquema de caça e comércio ilegal de animais silvestres em uma reserva biológica no Espírito Santo. Os acusados foram denunciados à Justiça Federal por associação criminosa, receptação qualificada e dano direto a uma unidade de conservação federal. Esses crimes foram praticados de forma sistemática e prolongada, ameaçando espécies em risco de extinção.

A investigação teve início em outubro de 2020, quando vigilantes da reserva da Vale (Linhares) detectaram a violação de ninhos de papagaio dentro da reserva biológica de Sooretama. No dia seguinte, um agricultor, principal articulador do esquema no Espírito Santo, foi preso em flagrante com oito filhotes e dois ovos de papagaio-chauá (uma espécie ameaçada de extinção), dois filhotes de sofrê e um jabuti em sua residência.

No Rio de Janeiro, um servidor público e sua esposa atuavam como os principais compradores e distribuidores. O transporte dos animais ficava a cargo de outros dois homens, sendo um deles um motorista profissional. Um desses transportadores já havia sido preso anteriormente com quase 250 papagaios.

Impacto e pedido do MPF – A caça ilegal e sistemática causou dano direto à reserva biológica de Sooretama, resultando na diminuição da população de espécies ameaçadas, como o papagaio-chauá. As comunicações entre os criminosos demonstram, inclusive, a preocupação deles com a crescente dificuldade em encontrar ovos e filhotes, um reflexo do declínio populacional das aves. O procurador da República André Pimentel Filho pede que a denúncia seja acolhida pela Justiça Federal e que os acusados sejam condenados pelos crimes.

Ação Penal nº 5002632-62.2025.4.02.5005

Consulta Processual.

Fonte: Folha Vitória