A lagoa de Caraís transbordou de forma natural neste mês, mas há dois anos uma abertura forçada agravou um incêndio que destruiu uma reserva ambiental.
Um rio sempre deságua no mar. Às vezes, esse encontro da água doce com a água salgada não é contínuo, e o rio — ou lagoa — e o mar ficam separados por uma faixa de areia. Mas o destino dessas águas é se encontrarem: é o fenômeno conhecido como “abertura da foz” — ou “estouro de rio” —, um evento que demonstra a força da natureza e desperta curiosidade.
O encontro das águas renova a fauna e atrai turistas. Mas provocar o estouro de forma intencional pela ação humana, é crime ambiental e pode causar graves prejuízos para biodiversidade da região.
Em Guarapari, na Região Metropolitana do Espírito Santo, o “estouro” da lagoa de Caraí, no Parque Estadual Paulo César Vinha aconteceu de forma natural no dia 15 de janeiro. Imagens que mostram o transbordo na região chamaram a atenção nas redes sociais e levantaram a curiosidade sobre como e porque o fenômeno acontece.
Por isso, o g1 ouviu especialistas que explicaram como a ação ocorre e as consequências da abertura forçada.
Basicamente, o transbordo ocorre devido a uma junção de fatores como as chuvas e a maré. Quando acontece de forma natural, especialistas apontam que o fenômeno é essencial para manter os ciclos de nutrientes e de entrada de espécies que migram para a água doce para reproduzir, além de trazer uma maior diversidade para o local.
Mas abrir a boca da barra sem autorização de órgãos responsáveis é crime ambiental segundo a Lei Federal 9605/98 com pena de até quatro anos de prisão.
Além disso, quando realizada de forma forçada, a abertura pode deixar o ecossistema mais vulnerável a catástrofes naturais.
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Encontro da água da lagoa de Caraís com o mar no Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari gera bancos de areia e pequenos oásis — Foto: Raphael Magalhães
Fonte: G1