Secretário afirma que há benefícios em reduzir o prazo e isso foi comunicado ao Ministério da Saúde e ao Ministério Público do Estado

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou no início da noite desta quinta-feira (1), que vai manter a autorização para que os municípios possam aplicar a segunda dose da vacina AstraZeneca no intervalo de 10 semanas (70 dias), após a aplicação da primeira dose. 

Mais cedo, o Ministério Público do Estado (MPES), em nota da Promotoria de Justiça Cível de Vitória, havia informado que chegou a um acordo com o secretário da Saúde, Nésio Fernandes, e com a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Danielle Grillo Pacheco Lyra, para que o prazo de 12 semanas (84 dias) entre a primeira e a segunda dose fosse respeitado, conforme o Plano Nacional de Imunização (PNI). 

No início da noite desta quinta, porém, a Sesa informou que realizou consulta ao Programa Nacional de Imunização (PNI) sobre aplicação da segunda dose da AstraZeneca dentro do prazo previsto em bula e dentro dos limites autorizados pelo próprio PNI, sendo 12 semanas o ponto máximo seguro. A equipe do PNI manifestou total acordo.

“A Sesa informou o Ministério Público sobre a consulta realizada ao PNI, dando ciência de que a antecipação para 10 semanas (70 dias) da vacinação se mantém autorizada e que no momento da aplicação da D1 deve-se anotar no cartão de vacina a data do limite máxima, que é de 12 semanas (84 dias)”, disse a secretaria.

A pasta ainda informou que mantém autorização aos municípios de ampliar o acesso a vacinação e a completude do esquema vacinal com o prazo de 10 semanas (70 dias) de aplicação da primeira dose.

O secretário da Saúde, Nésio Fernandes, informou que foi explicado ao Ministério Público que existe uma interpretação errada do que se trata de antecipação de dose. 

Segundo Fernandes, antecipar a de 84 para 70 dias a aplicação da segunda dose traz benefícios para quem está sendo imunizado, para a sociedade que vai se vacinar mais rápido e para a operacionalização da campanha de vacinação nas cidades.

“Estamos ficando com doses paradas na rede frios, sendo que as pessoas que estão com 10, 11 semanas já poderiam estar sendo vacinadas”, afirmou o secretário. 

O titular da Sesa ainda advertiu que, no caso de um período maior do que 12 semanas para a segunda dose, pode impactar em prejuízo na eficácia do imunizante, já que os estudos clínicos não foram feitos com esse intervalo entre as doses. 

Em nota, o Ministério Público do Estado esclareceu que a orientação do Plano Nacional de Vacinação sempre foi pela observância do intervalo de 12 semanas entre a 1.ª e a 2.a dose da vacina AstraZeneca.

“A notificação recomendatória expedida pelo MPES determina e reforça a observância desse intervalo, recomendando que isso seja esclarecido aos municípios”, disse.

Fonte: Tribuna online