Camila Valadão (PSOL) apresenta projeto de lei que cria o “Dia Estadual para Ação Climática” e indica ao governo a criação do programa “Alerta Clima na Escola”

Com o Brasil sediando a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começou nesta segunda-feira (10) em Belém (PA), o debate sobre a crise climática chegou também à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). A deputada estadual Camila Valadão (PSOL) apresentou um Projeto de Lei e uma indicação ao governo do Estado com foco na prevenção de desastres e na educação ambiental voltada à emergência climática.

O Projeto de Lei 784/2025 propõe a criação do Dia Estadual para Ação Climática, que será celebrado anualmente em 23 de março, data que marca a maior enchente da história de Mimoso do Sul, região sul Caparaó do Estado, ocorrida em 2024, quando dez mil pessoas tiveram que deixar as suas casas, vinte mortes foram provocadas pela enchente e uma pessoa nunca foi encontrada.

O PL busca estimular ações práticas de prevenção, proteção e resposta a eventos climáticos extremos em instituições de ensino públicas e privadas do Espírito Santo. “Vivemos uma emergência climática sem precedentes. As escolas precisam ser parte ativa na construção de uma cultura de prevenção para que nenhuma vida seja perdida em momentos de crise”, afirmou a parlamentar.

Além do projeto, Camila apresentou a Indicação nº 1607/2025, sugerindo ao governador do Estado a criação do Programa “Alerta Clima na Escola”, para transformar as escolas em polos de educação climática, prevenção de riscos e mobilização comunitária.

A indicação prevê a criação de um canal oficial de participação para que estudantes, professores e famílias possam reportar riscos ambientais, compartilhar dados e propor soluções locais de adaptação às mudanças do clima. As informações coletadas serviriam de base para o planejamento das ações de Defesa Civil e de infraestrutura do Estado.

“O Espírito Santo não pode continuar apenas reagindo aos desastres. Precisamos de políticas estruturadas e participativas, que envolvam quem vive nos territórios e conhece as vulnerabilidades do seu entorno. É nas escolas que começamos a formar essa consciência coletiva”, destaca Camila.

A deputada, que está em Belém do Pará participando das discussões, ressaltou que o projeto dialoga diretamente com os temas em debate na COP30, especialmente os eixos de adaptação climática e justiça social. “Não há política climática séria sem educação ambiental e participação popular. E essa é uma iniciativa de baixo custo e altíssimo impacto para os capixabas, além de posicionar nosso estado na vanguarda das políticas de adaptação climática, valorizando o protagonismo de nossas comunidades escolares”, afirmou.

Camila Valadão vem defendendo que o Espírito Santo elabore a criação do painel de monitoramento “Roadmap Climático”, no âmbito do Programa Capixaba de Mudanças Climáticas, proposta que já apresentou com a Indicação 1.276/2025, enviada ao governo do Estado.

“O que estamos propondo é um primeiro passo para transformar o tema em prática cotidiana, e não em discurso. A ação climática precisa sair das conferências e chegar às comunidades, às salas de aula e à vida real das pessoas”, concluiu a deputada.

Fonte: Portal Colina Notícias