Uma reunião entre o Ministério da Saúde e representantes de secretarias estaduais e municipais de Saúde decidiu, ontem, que as unidades da Federação com baixa procura pela imunização contra COVID-19 poderão adotar o critério de faixa etária, em ordem decrescente, para vacinação. A decisão é da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), uma instância do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar da mudança, os estados continuarão garantindo o percentual de doses para os grupos prioritários. Com a decisão, começam a ser vacinadas pessoas de 18 a 59 anos, sem comorbidades, de maneira gradativa – começando pelos mais velhos – nos municípios que já estão avançados na imunização.
Os representantes da Saúde de cada estado e dos municípios nele inseridos precisarão, agora, se reunir para avaliar a adoção da mudança na Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Se aprovada, a vacinação da população geral se iniciará com as pessoas de 59 anos.
Em várias partes do país há uma sobra de vacinas no fim do dia, algo que pode levar ao desperdício de doses. A estratégia de imunização foi alterada para evitar que isso ocorra e, também, acelerar a vacinação.
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) propôs a mudança na semana passada em uma reunião geral da entidade e anunciou a conquista em rede social. “Após articulação da nossa diretoria, a reunião tripartite do SUS indicou novas orientações para que estados e municípios possam adotar o critério de idade decrescente a partir de 59 anos”, disse a entidade.
“O assunto foi discutido na semana passada, na nossa 80ª Reunião Geral, quando prefeitos debateram e tiraram posicionamento como um modelo para acelerar o processo e garantir vacinação de forma universal e equitativa em todo o país, sem privilégios, injustiças e eventuais fraudes”, diz postagem nas redes sociais.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o estado segue a ordem de vacinação dos respectivos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde e também participou do pedido de mudança nos critérios por meio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
O órgão ainda aguarda a formalização da proposta por meio do governo federal.
O Ministério da Saúde contabiliza 48% do público com comorbidades vacinado e a expectativa é concluir daqui a duas semanas. Em entrevista ao O Globo, o secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira, explicou a decisão: “Deixamos claro que aqueles que já avançaram, que tiverem vacinas disponíveis, poderão iniciar por idade. Esse é um pleito de todo o país”, disse Mauro.
Em Belo Horizonte, a vacinação por faixa etária parou nos 60 anos e foi redirecionada para outros grupos prioritários. Segundo o último vacinômetro da Prefeitura de BH, divulgado ontem, 798.851 pessoas haviam sido imunizadas com a 1ª dose. Dessas, 138.668 são parte do grupo de comorbidades, que está sendo vacinado atualmente.
A Prefeitura de BH informou, por meio de nota, que ainda não foi oficialmente comunicada da possibilidade de mudança na vacinação e aguarda a informação para avaliar a estratégia.
Fonte: microsoft news